No mesmo dia em que seus pés tocaram o chão da nova cidade, seus olhos percorreram os prédios da nova escola. A melhor da cidade, alunos e professores de alto nível.
Bastaram 10 minutos para que um coleguinha caçoasse da sua aparência. E por 10 anos isso se repetiu todos os dias. “Nem que você vista Chanel perde a cara de lavadeira”, ouviu na sua formatura.
Ela tentava melhorar, com muito afinco. Consultava personal stylists, lia revistas de moda. Até que a moda resolveu que o bonito era ser natural e ter seu próprio estilo.
Mal cabia em si de tanta felicidade. Não sabia o que fazer, era tanta energia que dava voltas pela casa. Contava os segundos para que chegasse a hora do trabalho e pudesse contar a novidade às colegas. Era praticamente uma vingança contra os anos de humilhações.
Quando falou as boas novas, houve um silêncio profundo por três segundos. Em seguida, ouviu uma chuva de felicitações e festejos. Quase explodia de contentamento, nunca havia sido tão feliz na sua vida.
Não tiveram coragem de dizer que ela era naturalmente feia e cafona. Coitada, né? Era uma boa pessoa.Marcadores: era uma vez...