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terça-feira, 31 de julho de 2007
quebra o coco, mas não arrebenta a sapucaia
A água de coco é uma bebida diurética, com poucas calorias, rica em nutrientes, livre de gordura e com grande quantidade de potássio, o que ajuda no bom funcionamento do intestino e faz com que os alimentos sejam digeridos mais rapidamente. A sua ingestão ajuda no metabolismo alimentar e aumenta a sensação de saciedade. (*)

A verdade é que nunca liguei pra isso. Sempre fui louca por água de coco desde 1937, o que importa é que é gostosa (e ai de quem me falar que tem gosto de soro caseiro...) e barata.

Você ruma até o supermercado mais próximo e compra cocos verdes na promoção. Mas aí surge um problema: abri-los. Você, em sua ansiedade por beber tão valoroso líquido, ao tentar abri-lo com uma pequena faca quase arranca os dedos da mão e os olhos de algum ser humano em um raio de 4,5km. Não cede, tenta abrir com a faca de pão. A faca de churrasco. A faca de mesa. A espada samurai do seu irmão. Nada. Joga no chão, trinca os azulejos da cozinha, xinga. Pede ajuda pro vizinho.

Se rende e compra o sensacional...


...abridor de coco! \o/
(por simbólicos R$3,99 no Shinai mais próximo de você)


Ah, é a glória, a invenção do século passado! Em meros 5,7 segundos você fura o coco (depois de algumas batidinhas, é bem verdade). Oh! *mentalize a cara de oh! - mãozinha na boca aberta e olhinhos brilhantes*

Mas... mas... e a partezinha branca, de dentro do coco? É muito boa também. Como fas/?/

Foi com esse grande empecilho da humanidade que me deparei antes de ontem. Queria muito a partezinha branca, MUITO.

Levei o coco até o quartinho de entulhos. Serra na mão, medo de ser o cover feminino do Lula na cabeça. Comecei a serrar. Voaram fibras verdes para todos os lados, grudaram na minha blusa de lã preta; look de árvore de natal. Não desisti, continuei serrando longitudinalmente o coco (e aí me lembrei das aulas de anatomia, quando ouvíamos os defuntos serem serrados na sala ao lado). Cheguei na parte mais dura, nem com reza braba a serrinha abria aquilo.

Olhei em volta e o martelo sorriu pra mim (o coco se encolheu). Martelei, martelei, martelei. Vi o rosto de entes não-queridos materializados no coco e martelei com mais vontade. Martelei até ficar ofegante. E o coco se abriu.

Creio que foi um dos pontos mais altos do ano, um dos maiores triunfos. Recomendo muito, especialmente para pessoas que estejam estressadinhas como eu. Renova. A pele deve até ficar mais bonita. Defendo a existência de terapias ocupacionais de quebras de coco. Viva!



quinta-feira, 26 de julho de 2007
infância tardia
Quando lançaram Toy Story e vi o trailer, não me animei nem um pouquinho: achei tosco e sem graça. O filme passou na televisão milhões de vezes e nunca vi até o final. E aí peguei nojinho de todas essas animações computadorizadas.

Demorou séculos até eu me animar a assistir a alguma, pensava que sempre iria preferir os desenhos antigões em 2D... até que assisti Procurando Nemo. Pronto, me apaixonei pelos filmes da Pixar.



Hoje fui assistir Ratatouille no cinema, e eu e a Paula rimos mais que as crianças que estavam lá. Vexaminho, he he. Não foi o mais engraçado nem o mais interessante de todos os que já tive oportunidade de ver, mas vale a pena. Especialmente pelo curta que precede o filme.

Esse curta se chama Quase Abduzido (Lifted); gostei tanto que quis achar pra mostrar pra minha mãe. E pra vocês, é claaaaaaro. Ó o link. Vejam! São só 9 5 minutos.



terça-feira, 24 de julho de 2007
:B
Tudo começou em um domingo tedioso, às vésperas da minha viagem. Estava assistindo Faustão com a minha mãe enquanto comíamos amendoins japoneses (aqueles com casquinha) e achávamos aquele "Circo do Faustão" uma nhaca.

Um amendoim, dois amendoins, três... e de repente um CREC diferente. No começo não liguei muito, mas aí passei a língua em um dos meus molares; esbugalhei os olhos e quase gritei "puta merda, quebrei o dente!".

Corri pro banheiro e percebi que estava certa: uma lasquinha foi embora pro estômago, decerto fazendo companhia aos amendoins que esmagou. E apesar de não estar doendo nada, fiquei louca da vida. Era só o que me faltava. Meu humor atingiu o 0º Kelvin instantaneamente.

Depois de 8 ou 9 anos sem escancarar minha boca pra dentistas, agendei consulta com um pro dia seguinte. Fiquei sabendo que além de realmente ter quebrado um dente estava com duas cáries. Duas. Logo eu, que nunca tive uma cárie sequer (por sorte, não porque fosse uma exímia cuidadora de dentes). Suspira. Deixa pra depois da viagem.

Nesta última sexta e hoje passei as tardes com metade da cara anestesiada e menos 200 reais no bolso. Tô com a bochecha toda mordida e falava babando e como se tivesse a língua presa. Meu lábio inferior parecia que ia cair a qualquer momento, a sensação era de que ele pesava 40 vezes mais que o normal.

Respinga luxo.



sábado, 21 de julho de 2007
bacharelado & licenciatura


Peguei ontem. Só não mostro meu histórico escolar. He he he.




autolux
Dica musical de hoje:


A space-rock-charged, shoegazer-meets-pop-explosion.


Especialmente pra quem gosta de My Bloody Valentine e derivados.

Pra baixar: RCD. Pra ouvir: last.fm.




a stroke of luck or a gift from god?
Finalmente:

O começo
Fui de carro até Londrina (Cambé, na verdade) na quarta-feira. Viagem sem problemas, chegada sem problemas. Fiquei na casa nova do meu pai, toda bonitona. Ainda não conhecia. Acordei às 4:30 do dia seguinte pra irmos até a rodoviária de Londrina. O ônibus, linha Porto Velho - Criciúma (!!!), estava previsto para as 5:25. Saiu da rodoviária às 6:10. Paciência.

Poltrona 9. O ônibus todo embaçado, com água escorrendo do lado de dentro das janelas e ar pesado, senti nojinho. Ao chegar ao meu assento, percebo que estava entulhado de bagagens. 3 malas, jaqueta e pacotinho de pipoca doce. Mau sinal. Joguei tudo para o assento ao lado e sentei.

Mal acabei de sentar e vi a pessoa que ficaria ao o meu lado até Criciúma: o tiozinho. E ele merece um subcapítulo especial.

O tiozinho
Não consegui determinar a idade do tiozinho: devia ter passado dos 50, mas vai saber. Moreno escuro, bigodinho safado, olhos injetados, cabelo preto baixinho, nariz de bolinha, havaianas nos pés e fedor. Muito fedor. Fedor esquisito, de queijinho estragando. Movimentos extremamente lentos, a la bicho-preguiça.

A princípio nem olhei na cara dele, estava irritada com as bagagens no meu lugar. Mas com o passar dos minutos, das horas e dos frios, foi impossível ignorar a sua presença e cheiro desagradáveis. Ele invadia meu espaço com aquele cotovelo intrometido relando em mim. Ele não parava quieto. Ele era estranho. Ele tirava meleca do nariz e limpava na própria coberta. Falava coisas incompreensíveis e eu só acenava com a cabeça. Se ele tivesse dito "pega eu" minha resposta teria sido afirmativa: não dava pra entender nada. Medo.

Ao longo da viagem descobri que ele embarcou em Rondônia, e que todas aquelas horas dentro do ônibus o estavam deixando (mais) doido. Não parava de falar sozinho, de encher o saco do motorista pelo atraso, de encher o saco dos outros passageiros. Falaremos mais dele adiante.

A viagem - que foi quase uma novela mesmo
O ônibus parou em todos os postes e cidadezinhas possíveis, e em cada uma delas demorava muito mais do que deveria. Não era tempo apenas pra embarque e desembarque, era tempo pra esvaziar o bagageiro (que estava lotado até o teto) e torná-lo a encher umas 10 vezes.

O tiozinho desceu em Ponta Grossa e fiquei aliviada, finalmente poderia esticar as pernas e respirar em paz. 5 minutos se passaram e ele voltou: "ah, não sei mais onde vou, só sei que estou na estrada". Medo de novo.

Em Curitiba foi o cúmulo. Além de ficarmos milênios esperando na rodoviária, ficamos mais de uma hora na garagem da viação para que limpassem o ônibus e abastecessem. Frio de 9°C, garoa, irritação. Irritação essa que só aumentava com uma menininha que não parava de fazer birra e chorar alto a cada pequena intervenção da mãe. Estranheza ao reparar melhor nos passageiros, a maioria parecia vinda de filmes de faroeste. Só faltou a palhinha sendo mastigada no canto da boca.

Rodoviárias de Joinville, Camboriú, Itajaí(?), Florianópolis. Chuva terrível durante todo o trajeto, mais minutos e minutos de espera na capital catarinense. Outras X cidades, Laguna, Tubarão. Não aguentava mais. Se eu estava a ponto de surtar, o tiozinho já tinha chegado lá: começou a chamar por pessoas que não estavam no ônibus. Falava "ah, mas que avião mais demorado". "Ô Ivete, vai demorar muito pra chegar?". "Será que o motorista vai levar a gente pra casa?", ao perceber que havia só nós dois e mais um homem no ônibus. E por aí afora.

Um pouco antes de chegarmos a Criciúma, me perguntou se eu tinha parentes lá. Respondi que não. "Então onde você vai dormir?". 'No hotel' (olhando fixamente pro banco à minha frente, fingindo que era autista e que por isso não conseguia manter contato visual). "Aaaah, mas hotel é muito caro! Eles cobram 15 reais por uma cama! Fica lá em casa, é apertadinha mas a gente dá um jeito". 'Não, não precisa...'. "Viu, e você? (referindo-se ao outro homem) Tem onde ficar? Pode dormir lá em casa também!". Etc, etc. O homem era de Criciúma e perguntou onde o tiozinho morava: "Sabe o pipoqueiro? É lá perto. O pipoqueiro é o Girso, é com ele que eu moro". Céus.

Chegamos finalmente ao nosso destino com 3 horas e meia de atraso, à meia-noite e meia. Frio, ruas desertas e chuva fraca. Perguntei ao homem se ele sabia onde ficava a rua Anita Garibaldi; disse que não, que perguntasse aos taxistas do outro lado. Respondi que iria andando, tinha uma idéia de onde ficava. Fui caminhando e começaram a gritar que os taxistas eram do outro lado. Olhei de soslaio com cara feia, abanei a mão e fui embora. Não queria passar nem mais um minuto ali.

Cheguei ao hotel com facilidade. Quarto 911, com a cama desarrumada e lixo por todo lado. Troco de quarto, agora o 312. Tudo OK, aviso meus pais que cheguei, fumo um cigarro e não vejo mais nada.


Criciúma - 1° dia
Acordei relativamente cedo e tomei banho naquele banheiro que cheirava a fossa. Olhei pela janela:



Hum, nada convidativo. Mas era cedo ainda, resolvi andar um pouco pela cidade. Afinal, eu tinha um mapa do centro. Me achei muito prevenida, apesar de não ter planejado nada além disso pra essa viagem. Auto-orgulhinho.

Ha... o mapa só serviu pra adubo. Estava incompleto e as ruas eram absurdamente confusas. Pra quem está acostumada com Maringá, de ruas retinhas e organizadas, Criciúma é o inferno materializado. Perdi as esperanças de encontrar o shopping e andei a esmo.

Chegando à praça Nereu Ramos, a maior e mais movimentada da cidade, de repente topei com o Shopping Della Giustina. Oh! Inconscientemente fiz o caminho exato pra chegar até ele. Fiquei emocionada. Entrei e fiquei olhando vitrines, com o detalhe que eu sou meio homem pra vê-las: dou uma passada de olhos e passo para a próxima. Não tenho/tive muita paciência, shoppings são todos iguais. Só me detive numa livraria e numa loja que vendia pôsters do Romero Britto.

Deu a hora do almoço e me encaminhei à praça de alimentação enorme e vazia. Pedi um lanche (a primeira refeição relativamente decente em um dia e meio) e, à terceira batatinha comida, brotou gente. A princípio pré-adolescentes em bandos, arrastando mesas e falando alto, depois adultos, famílias e tudo o mais. Havia fila de espera para as mesas. Fiquei abismada.

Tratei de sair logo e andar mais um pouco a esmo. De repente vi uma entrada subterrânea, com montes de gente circulando. Resolvi entrar também: era o subsolo da estação central de ônibus. Cheia de lojinhas, salões de beleza, bancas de jornal, muito chique. Escadas rolantes pra ir até a plataforma, etc, me senti em um metrô - e eu adoro metrôs. A infra-estrutura é realmente impressionante no que concerne aos transportes, tudo muito fácil, rápido e organizado pra uma cidade de 200 mil habitantes.

Enrolei um pouco na plataforma e peguei o ônibus até a UNESC. Há uma outra estação de ônibus integrada à universidade, com ônibus a cada 5 minutos. Uma maravilha para estúpidos geográficos como eu.

Chegando à universidade esperava que tivesse palpitações e que chovesse confetes imaginários quando a visse. Que tivesse mil intuições e que tocassem na minha cabeça músicas bonitas que remetessem à vitória (sem We Are the Champions, ok), que um arco-íris de energia surgisse. Mas não. Andei como se já conhecesse tudo aquilo e estivesse voltando de férias. Estranho.

Tinha chegado muito cedo e fiquei sentada em uma das cantinas, acompanhando o não-movimento que existia lá. Uma mulher passou apressada por mim, só vi as suas costas, mas tinha certeza de que era a professora com quem fui falar. Sabe-se lá por quê, mas sabia. Mais alguns minutos e comprovei que tinha razão: era ela mesma.

A sala era apertada e dividida em dois. A bolsista que trabalha lá me atendeu primeiro, depois ouvi, vindo dos fundos "você é a moça de Maringá?". Oi, olá, como foi de viagem, e já fui logo mostrando meu trabalho. Fui lá só pra isso, por que deveria enrolar? Não é mesmo, minha gente? Hihi.

A professora, Teresinha, me explicou os grupos de pesquisa, projetos e outros pormenores que não devem interessá-los muito. Me apresentou a dezenas de pessoas como "a candidata ao mestrado que veio de Maringá", do vice-reitor a alunos. Todos, absolutamente todos, foram simpáticos ao extremo sem serem afetados. Sem cerimônias, sem formalidades, apenas respeito e cortesia. Impossível não se encantar com isso.

A professora me convidou novamente para ficar na casa dela, e até pareceu irritada por eu não ter ligado quando cheguei. Aceitei, fomos buscar a mala no hotel, e rumamos até o apartamento dela.

Fui recebida com toalha, roupão e pantufas. Vinho importado em taças de cristal e sopa servida em cumbuquinhas de porcelana ainda não estreadas. Simpatia da gatinha persa, pequenina e rajada de preto e caramelo. Sofá-cama de couro com milhões de cobertas cheirosas. Como reagir a tudo isso?

Aliás, é necessário ilustrar: se vocês acham que eu tenho cara de brava, a profª Teresinha dá de goleada humilhante em mim. Ela parece rude e exigente em demasia à primeira vista. Mas não é (ou não foi), muito pelo contrário.


Criciúma - 2° dia
Saímos na manhã fria e cheia de neblina. Passeamos pelo centro para que a professora comprasse algumas coisas de que precisava e me maravilhei com a quantidade de lojas de roupas baratas e bonitas. Paramos pra tomar café e comer um pão de queijo, ela não me deixou pagar. Paramos pra almoçar em outro shopping, ela não me deixou pagar. Já estava ficando muito sem jeito com essa situação.

Compras no supermercado, passada na rodoviária pra marcar minha passagem: segunda às 12:30 (era sábado). Janta na casa dela, com a filha dela (e aí ouvi "agora posso me dar ao luxo de escolher orientandos; só vou dar carta de aceite pra você e pra outro senhor"). Assistir TV na cama dela, já que não havia uma na sala.

Toda essa intimidade repentina, todos aqueles mimos e atenção, me deixaram uma sensação muito estranha. Era como se estivesse abusando da hospitalidade. É claro que o que tinha acontecido até aquele momento foi muito mais do que eu poderia ter imaginado no melhor dos meus devaneios... mas a surpresa foi grande demais. Era como se eu tivesse ganhado um presente tão grande, mas tão grande, que não soubesse como reagir. Algo que eu sempre quis, mas que achei que nunca conseguiria.

Então chorei, um choro silencioso e de poucas lágrimas, e tratei de dormir logo.


Criciúma - 3° dia
arroio do silva - scAcordamos relativamente cedo, o dia estava lindo. Fomos de carro até a casa de praia dela, no Arroio do Silva, ao som de Freddie Mercury. Tudo muito agradável e sem percalços; lugar lindo e simples, frio e deserto. Almoçamos por lá e novamente ela pagou a conta...

Aliás, o dono do restaurante era um personagem digno de nota. Claramente descendente de árabes, barrigudo, de cílios grandes e pêlos enormes no nariz (na parte de fora, não nas narinas!), tinha perdido o irmão há 15 dias. A dor que ele expressava pelos olhos ao contar como o irmão morreu era tão grande, tão profunda, que apesar de nunca tê-lo visto antes na vida tive vontade de abraçá-lo e dizer "sinto muito". Tão triste...

foz do rio araranguáHora da sesta, depois rumar até o Morro dos Conventos, praia vizinha. É maravilhosa. Há um farol de onde se tem uma visão panorâmica de tudo: as casas exclusivamente residenciais (contei apenas 3 para aluguel), as praias limpas e de águas muito azuis, o encontro do rio Araranguá e suas ilhas com o mar, a falésia que fazia parte da África em tempos remotos. Ficaria o resto do dia lá, só contemplando a paisagem. Mas era preciso voltar.

A caminho de Criciúma conversamos sobre projetos, bolsas de estudos, Clarice Lispector, Dostoievski e Nietzsche (do qual nunca li nada), o que me fez muito contente por ter escolhido a orientadora certa. E, óbvio: por também ter sido escolhida por ela.

Jantamos, conversamos sobre o meu projeto, etc, dormir.


Criciúma - 4° dia
A professora tinha compromisso na UNESC pela manhã, eu fiquei no apartamento. Acordei mais tarde, arrumei minhas coisas e comecei a ler o livro do Kafka que tinha levado. Depois de 10 páginas ela chegou com um calhamaço de xerox pra mim, "agora você só não passa nesse mestrado se não quiser". Explicou sobre o que tratava cada texto e eu atingi o ápice da sem-gracisse. Devo ter ficado vermelha, o que é bem raro. E aí arrematou com um "nunca dei tanta atenção a um candidato ao mestrado quanto dei pra você. Nem sei bem por quê, talvez porque você veio de longe... intuição mesmo".

Almoçamos, me despedi da empregada e da gatinha persa (que se derreteu toda comigo) e esperei o táxi. Tinha pensado em milhões de agradecimentos pra dizer à professora, mas tudo o que saiu na despedida foi um muito obrigada enquanto segurava sua mão.


A volta
O ônibus saiu pontualmente da rodoviária. Estava quase vazio e assim permaneceu por todo o trajeto. Muita chuva, comida de rodoviária que me fez mal, dor de cabeça e frio. Chegou em Londrina com 20 minutos de atraso.

Voltei para a casa do meu pai, passei mais um dia lá e vim pra Maringá. Peguei vento na estrada como nunca tinha pegado, meu carro saracoteava pra lá e pra cá o tempo inteiro. Mas cheguei bem, feliz e cheia de coisas com que me ocupar agora. É hora de arregaçar as mangas.



sexta-feira, 20 de julho de 2007
satisfação
Jentz, tô escrevendo o post sobre a viagem. Mas tá ficando gigante, acho que vai sair maior até que o da viagem anterior. Tenham paciência, então. Tô na metade :P


(não que eu ache que exista alguém se descabelando pelo fato de não ter post novo aqui, é claro. hahaha)



terça-feira, 10 de julho de 2007
goodbye again
Amanhã viajo novamente: vou até Londrina de carro à tarde e de lá, na madrugada, pego um ônibus pra Criciúma. Chego à noite. No dia seguinte, sexta-feira 13, falarei com a provável orientadora de mestrado.

Se tudo correr bem, ela me aceitará como orientanda e adorará meu pré-projeto e haverá shuva de corassoens e ficarei muito superfeliz.

Se tudo correr mal... ui.

Bate na madeira três vezes.




testes bobinhos
Which famous movie kiss are you?

Breakfast At Tiffany's
You are the Breakfast At Tiffany's kiss!



Juro que não manipulei.



sábado, 7 de julho de 2007
maníaca sensibilóide
Andei meio obcecada: não conseguia sossegar enquanto não vencesse o Death Note e Os Irmãos Karamazov. Todos os dias, quando percebia que ainda faltava muito pra terminá-los, vinha uma ansiedade não sei de onde que não me deixava parar. Até sonhei com ambos, uma mistura de anime com história russa. Ficou interessante, pena que não dá pra gravar sonhos...

Como se pode deduzir, fui totalmente envolvida pelas duas histórias, que no fundo tratam da mesma coisa: a (falta de) justiça, o conflito entre o certo e o errado, etc. Fantásticas, fantásticas. Mas vou poupá-los de mais elogios. He he. Só reitero a sugestão faceiramente (sim, venci os dois).


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Até hoje poucos livros me fizeram chorar. Proporcionalmente à quantidade que já li, quero dizer. Em ordem cronológica de leitura (spoilerzinhos, hein):

Lucíola (José de Alencar) - pode rir, mas eu chorei no final, quando ela morre e entrega a irmã aos cuidados do amado.

Grandes Esperanças (Charles Dickens) - ah, Estela... você é tão fodida e foda...

Demian (Hermann Hesse) - de alegria, por ter um lido algo com que me identificasse tanto.

Crime e Castigo (Dostoievski) - na famosa cena do cavalo surrado, chorei horrores. de soluçar mesmo, tive que interromper a leitura várias e várias vezes. não posso com essas coisas.

Bonequinha de Luxo (Truman Capote) - quando a Holly Golightly conta sobre "quando a coisa tá preta", quando explica os motivos pelos quais quase não tem móveis na casa e por que não deu um nome ao gato, quando...

Ciranda de Pedra (Lygia Fagundes Telles) - ah, nesse eu chorei o tempo inteiro, nem tem como listar em quais partes. numa palavra: identificação.

Os Irmãos Karamazov - nas partes em que se falava de Iliúcha e no discurso final do Aliócha.


Outros me deixaram os olhos marejados também, sem chegar às vias de fato. Pergunte ao Pó (John Fante), por exemplo.

Mas perceberam? Dostoievski me fez chorar. E, considerando que até agora só li esses dois, todos dele me emocionaram.

Oh.

(Chorona.)



quinta-feira, 5 de julho de 2007
os irmãos karamazov
- (...) Pois, meu irmão, quem diabo sabe o que é a mulher? Em todo caso, eu as conheço. Experimenta reconhecer tua falta: "É minha culpa, perdão", e será um nunca acabar de censuras! Por nada deste mundo ela te perdoará franca e simplesmente, mas fará tudo para te humilhar, para reduzir-te a um trapo; não esquecerá nada, acrescentará culpas imaginárias e somente depois disso te perdoará. Que a tua amada seja a melhor das mulheres: mesmo assim, não procederá de outro modo. (...)
Dostoievski


Quando li esse trecho, sorri. Não creio que seja sempre assim, mas bem... não deixou de ser curioso ler isso hoje.



domingo, 1 de julho de 2007
porque sim
Sempre tive medo de dizer que estou feliz. Medo bobo, tipo superstição: parecia que assim que afirmasse uma coisa dessas aconteceria uma catástrofe a seguir que acabaria com tudo instantaneamente. E muitas vezes isso aconteceu mesmo.

Aí parei. Soava "feio" dizer que estava bem, era sempre preciso acrescentar um mas. Mesmo que fosse algo totalmente insignificante como "tô bem, mas ontem lasquei a unha". "Tô bem, mas, nossa, meu carro tá TÃO sujo". É.

Então arranjei coragem e disse há alguns dias que estava feliz. Sem nenhum motivo em especial, sem nenhum grande acontecimento, sem ter ganhado na Mega Sena ou ter passado no mestrado. E adivinha? Nada aconteceu.

E continuo feliz. Feliz porque sim.




antipática mode on
Saio de casa me sentindo bem, me considero sorridente e simpática. Conheço uma pessoa que não sabe nada de mim. Probabilidade de que ela não vá com minha cara: 99%.

Isso me deixa muito intrigada. Por mais e mais que pense a respeito e elabore teorias não chego a uma conclusão final. Tudo bem, de certa forma isso é bom, acabo afastando os (muitos) indesejáveis. Mas e os (raros) desejáveis? Só começam a simpatizar comigo depois de muito tempo... Quando isso acontece, é claro.

Pelo menos esse fenômeno já não me deixa triste. Paciência.



 
Joyde G. M.
12/08/1984
Bióloga


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