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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007
coceirinha
Hoje pela manhã saí com minha mãe pra comprar tecido para o vestido de formatura. Gastamos bem menos do que imaginávamos e encontramos tudo em lojas muito próximas uma da outra. Perfeito.

E aí, à tarde, começou a me dar uma coceirinha. De querer sair, de fazer alguma coisa. Nem que fosse dirigir sem destino, nem que fosse em meio a este calor horrendo.

Até que admiti pra mim mesma que o que estava mesmo era com saudades, não coceirinhas. Da UEM. Dos amigos. De gente que eu nem gosto muito, mas que fez parte da minha vida por 3,5 anos. De gente que servia como figurante no meu cotidiano da universidade, mas que mesmo assim participava dele. Das calçadas esburacadas que me faziam tropeçar todo dia (e de como eu me regozijava por só usar tênis por lá, o que me economizou muitos tampos de dedo). Da cantina quente, mas agradável, e com goteiras no meio. De como eu sempre ia pra lá com algum livro ou apostila, esticava meus pés na cadeira e esquecia do mundo. Dos atalhos entre os blocos que me orgulhava de saber. Dos cafés diários (mas só da cantina de baixo, que era até gostoso). Da “minha” sacada no G56, onde eu ia pra pensar na vida, esperar a aula começar, estudar, deitar, conversar no meio aula, chorar. Da biblioteca, a qual eu chegava a frequentar dezenas de vezes em um mesmo dia (bibliotecas são terríveis para mim; a vontade de conversar nelas é praticamente incontrolável… procurava ir sempre sozinha). Dos almoços nojentos e apetitosos do RU (e dos objetos não identificados que às vezes encontrávamos na comida). Coisas assim.

Fiquei aliviada por perceber que não sou um monstro insensível. Achava que nunca sentiria falta de tudo isso. Mas sinto. Então fui à UEM com a desculpa de ver se o meu diploma já estava pronto.

Vi os calouros (hoje é o primeiro dia de aula, na prática), todos sempre juntos e perdidos. Trotes ao longe nos barzinhos. Um monte de gente nova. Estacionamentos lotados, aquela coisa de sempre.

E, apesar de ter tropeçado novamente nas suas calçadas, não me senti mais parte daquilo tudo. Nem me importei quando percebi que a fila do DAA estava gigantesca, não senti vontade de ver se tudo ainda continuava como era.

Voltei pra casa em seguida, e pensei que a vida é assim mesmo.



 
Joyde G. M.
12/08/1984
Bióloga


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