Ontem fui ao shopping com minha mãe para assistir Shrek 3. Chegando ao cinema, percebemos que tudo estava apagado, com uma corrente impedindo a entrada das pessoas e tudo mais. Estranho.

Pulamos a corrente e nos aproximamos de uma pequena multidão. Uma mulher conversava com um funcionário do shopping, enfurecida. Mas enfurecida mesmo, mostrando os caninos. Ameaçava o cara com ir ao PROCON, dizia que era um absurdo publicarem um horário errado, que isso, que aquilo (devia ser uma operadora do Direito, he-he).

Alô hein Avenida Center? Foi foda essa.

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Sem filme sobre ogros verdes, resolvemos dar uma volta. Lembrei que meu perfume tinha acabado (detalhe: era um da minha mãe - que não usa perfume -, parado há uns 10 anos na estantezinha do espelho. gostei do cheiro e resolvi usar assim mesmo) e quis ir a um daqueles quiosques que vendem genéricos: cópias das fragrâncias sem o ônus da marca.

Havia uma lista imensa de nomes, a moça-atendente perguntou se eu queria cheirar algum em específico. Li a lista inteira e percebi que não conheço porra de nenhuma de perfumes, os únicos que consegui identificar foram o Chanel n° 5 (aquele da Marylin Monroe) e o Poison (que ganhei de um tio meu há uns milênios). Hum.

- Então como você gosta do perfume? Amadeirado, cítrico...?
- Ó, vou te dizer de como não gosto dos perfumes: não gosto de amadeirados e nem de muito adocicados, daqueles enjoativos. (pausa pensativa) Gosto dos doces, não muito fortes.

Como explicar um cheiro? Sei que odeio do fundo do coração um perfume que uma amiga da minha mãe usa: além de ser horrível e amadeirado, com um simples abraço de socialite (o mais distante possível) gruda em você por dias. Terrível, extremamente terrível.

Cheirei uns 10 papeizinhos, intercalados com um potinho com café velho "pra não confundir os cheiros". Escolhi o que mais gostei e pronto, 120 ml por 44 reais. Esse perfume durará anos comigo, sem brincadeira. É praticamente um investimento para a vida. Hahah.

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Então hoje resolvi olhar o perfume original, do qual só sabia o nome: Ultra Violet. Descobri que é da Paco Rabanne. Também descobri que míseros 30 ml custam 150 reais e que ele vem numa embalagem que parece os robôzinhos-aliens do filme O Milagre Veio do Espaço (poster pra quem não lembra). Floral oriental, para a mulher sedutora e inteligente. Suas notas combinam pimenta fresca, violeta, musgo de carvalho, âmbar e baunilha.

Sim sim, muito bonitinho, mas será que vale tudo isso?

Lembrei de uma especialista em perfumes dizendo que os genéricos eram inferiores porque o fixador era ruim; ou seja, o perfume ficava pouco tempo na pele. Mentira. Passei o perfume ontem à tarde e ainda sinto o cheiro, às vezes até enjoa.

Lembrei do design da embalagem, todo estiloso. Deve ter custado fortunas ao titio Rabanne. Mas e daí? Só o meu banheiro/penteadeira desfrutam de toda essa estética.

Lembrei da marca. Cara e elitista. E d-a-í, meu bem? O cheiro não é o mesmo? O resultado final não é o mesmo?

Então por que demônhos as pessoas fazem questão de coisas de marca famosa? Eu não entendo.

Ou melhor: entendo e acho besta.