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sábado, 9 de junho de 2007
diário (gigantesco) de viagem
Voltei na quinta-feira de viagem. Nove dias de lá pra cá e de cá pra lá, o que provavelmente renderá o maior post da história deste blog. He.

29 e 30 de maio
Chego na rodoviária de Maringá às 8 da noite, em meio a um frio do capeta. 8:30 o ônibus da Garcia chega, sento na saída de emergência e começa a odisséia: Maringá - Piracicaba.

Viagem quentinha e sem muitos solavancos. Acordava no meio da noite (sim, eu consegui dormir!) de sobressalto, pensando que o ônibus iria bater... não bateu.

piracicaba - rio claroCheguei às 6h da manhã em Piracicaba, frio de 10°C. Espero mais um pouco, pego outro ônibus e rumo até Rio Claro. Vi o dia amanhecer enquanto assistia a um DVD de Bee Gees, Michael Jackson ainda carvãozinho, Rod Stewart e afins. Convenhamos, amanhecer ouvindo We Are the World é o café da manhã dos campeões.

Cheguei em Rio Claro e percebi que a cidade não era absolutamente nada do que eu imaginava. Nadinha. A rodoviária era velha e minúscula, a cidade mal cuidada. Fui até o ponto de táxi e entrei no primeiro da fila. Logo ao abrir a porta saiu aquela catinga, daquelas que parecem ter tentáculos para grudar em você para sempre. Pelo menos o taxista era bem simpático (se é que a simpatia pode se sobressair a um mau cheiro como aquele), me deixou no hotel e combinamos que ele voltaria pra me levar às 9 até a UNESP. Preço fixo, não dava pra recusar.

Entro no hotel, "oi, bom dia, eu fiz uma reserva". A mulher me olha com cara de bosta e sorriso sarcástico. "Se eu fizer check in agora pago outra diária, né?". Cara de bosta afirmativa. "É que eu acabei de chegar de viagem, já vou sair em seguida. Não tem como dar um jeito?". Perguntou meu nome, respondi. Não tem nenhuma reserva com esse nome não. "Quê?! Como assim? Eu fiz a reserva!". Tem certeza de que era neste hotel?.

O sangue subiu. Subiu muito, me imaginei agarrando a cara de bosta pelos cabelos e chutando a sua cabeça no meio da calçada. Mas não, me contentei com levantar a sobrancelha esquerda, fazer cara de vai-tomar-no-cu e falar "claro". Ah, mas não tem não. E não tem nenhum outro quarto disponível. "Mas eu fiz a reserva!". E por aí foi.

Estava tão cansada, tão puta da vida que meu queixo começou a tremer. Mau sinal. Tentava esconder com a mão, me escorando no balcão, mas não adiantou: os olhos começaram a lacrimejar. Eu simplesmente não conseguia conter o choro de menininha, apesar de estar absolutamente calma nos meus pensamentos (exceto quanto à cara de bosta). Virei de costas e comecei a chorar. Talvez nunca tenha sentido tanto ódio de mim mesma como naquela hora.

Outro moço veio em auxílio e eu disse que poderia provar que fiz a reserva. Sabia que o hotel tinha computadores com acesso à internet pros hóspedes, então era tão simples quanto mostrar os emails que tinha mandado. Mostrei. Ele disse que daria um jeito, falou com a gerente. Em 2 minutos me arranjaram a chave do minúsculo quarto 148.

Sentei na cama e chorei, choreeeeeeeei toscamente. Me olhava no espelho e chorava por estar chorando, foi inesquecível. Lavei o rosto, desci pra tomar café, cochilei no colchão molengo, entreguei a chave para a cara de bosta com a expressão mais digna e indignada que consegui fazer e entrei no táxi com cheiro do demônho.

O taxista disse que provavelmente não haveria evento porque a universidade estava em greve. Senti meus músculos tensos, mas o dia estava tão lindo que seria injustiça unesp rio claroficar de mau humor por muito tempo. Cheguei à UNESP e fiquei impressionada: o campus era lindo. Lindo lindo lindo, parecia uma universidade no meio de um parque. Aliás, lá era o horto florestal da cidade.

Usei minha intuição pra me localizar (não tinha NADA sinalizando) e cheguei no anfiteatro de biociências com facilidade. Quase ninguém tinha chegado. Me identifiquei, peguei meus materiais, sentei num canto e liguei o mp3. Calcule: era pra tudo ter começado às 9:30, mas começou com mais de meia hora de atraso. Como se não bastasse, até as 11h tudo o que vi foi enrolação e deslumbramento em uma homenagem a uma professora da casa. Rasgação de seda absurda. "Putz, já tô vendo tudo".

Pausa para almoçar. Pedi um lanche (que se revelou horroroso, joguei metade fora) na cantina e fiquei boiando até as 14h, impressionada pelo fato de ter uma mesa de sinuca e venderem cigarro para os alunos lá. Também tive tempo de elaborar uma teoria, a teoria do clone genérico: todos os espécimes que via pela UEM existem na UNESP. T-o-d-o-s. Parecidos até fisicamente, nos trejeitos, no estilo. Déjà vu total.

Recomeçaram as palestras, novamente com atraso, e eu não aguentei de sono. Fui embora 3 horas antes de acabar tudo. Conheci o shopping com cheiro de azeitona estragada, comi e resolvi voltar para o hotel. E, claro, a minha estupidez geográfica reinou: errei o caminho e tive que andar umas 10 quadras a mais porque não havia como atravessar a antiga estação ferroviária. Tudo bem. Cheguei no bendito hotel e dormi - feliz por não ter encontrado a cara de bosta na recepção.


31 de maio
Acordo cedo, tomo café, vejo a cara de bosta e penso "acho que não errei de hotel, né nêga?", pego ônibus, chego na universidade. 50 minutos de atraso. Senti raiva por não conseguir deixar de ser pontual.

A primeira palestra, Ciência e Espiritualidade, parecia interessante... até ela começar. Foi TÃO ruim, tão babaca, tão tediosa, que precisei gravar um trechinho. Deixei a câmera dentro da bolsa pra não dar nas vistas, por isso a falta de imagem:



unesp rio claroEm seguida houve uma mesa-redonda. E a coincidência: um dos participantes era nada mais, nada menos, que o coordenador do mestrado (da USP) que eu penso em fazer. Infelizmente não deu pra falar com ele depois, mas já deu pra ter uma boa idéia de como seja. E de como ele pensa... apóia a ocupação.

Mais blablabla, almoço rapidinho (dessa vez um salgado muito bom), palestras até as 18:15. Voltei ao shopping, fui ao supermercado, tomei Chocomilk, assisti Trading Spaces (adorei!) e dormi.


1º de junho
Cheguei atrasada de propósito no evento e mesmo assim ainda não havia começado. Suspira, relaxa. Continuei quieta no meu canto, e percebi que não tinha conversado com absolutamente ninguém naquela cidade, exceto atendentes e vendedores. Não senti falta.

Assisti a zilhões de palestras e apresentações de trabalhos. Mereceu destaque o de uma moça, advogada, que autodenominava a categoria de "operadores do Direito". Operadores do Direito? Quer dizer que eu sou uma operadora das Biociências? Bah. Sempre ria por dentro nas inúmeras vezes em que ela repetia isso.

OK, evento terminou, peguei certificado, tirei fotos do campus, voltei ao shopping pra comprar janta e livrinho, hotel, comer, ler, dormir. Tudo acabado por lá.


2 de junho
rodoviária de rio claroAcordei às 6:45, saí do hotel às 7:45, cheguei na rodoviária mais de meia hora antes do ônibus chegar. Valeu a pena: com isso pude perceber a criação de gado nos fundos da rodoviária. É, isso mesmo! Boizinhos. Tá duvidando? Olha a foto.

O tempo estava horroroso, fiquei com medo de acidentes. Muito muito tenebroso. O ônibus chegou, super sujo por dentro, e rumei a Campinas sentada na saída de emergência. Parou em 90 mil cidades, inclusive em Limeira (...).

Chuva em Campinas, muita chuva. Não dava pra pegar o ônibus no ponto, ficaria ensopada. Resolvi pegar um táxi e torrar muitos e muitos reais até o aeroporto de Viracopos. Cheguei às 10 e pouco nele, o vôo sairia às 15:10 e só poderia despachar a bagagem às 13. Suspira.

Conheci cada canto daquele aeroporto deserto. Tomei capuccino (claro) em um restaurante bonitinho, li, passeei, tirei fotos, me entupi de comer em um outro restaurante (italiano - um absurdo o tanto de comida que vinha! nem consegui comer tudo), me preocupei por causa do tempo. Etc.

aeroporto de viracoposNa sala de embarque pensei de novo com os meus botões sobre o fato de ainda não ter conversado com ninguém na viagem. Assim que terminei de pensá-lo, virei minha cabeça para a direita e ouvi um "oi, vim conversar com você" vindo de uma moça linda e sorridente. Achei que fosse modelo e etc.

Super simpática, estava indo a Porto Alegre pra visitar o namorado. Enquanto conversávamos ficava pensando na antítese que éramos: ela toda produzida, maquiada, de legging, botas, casaco caro, olhos verdes, falante, sorridente, advogada. E eu de jeans, All Star surrado, blusa de lã feita pela vó, jaqueta de moletom, cara de brava, fechada e bióloga. Não me senti nem mais, nem menos que ela; foi apenas curiosa toda essa diferença.

Pegamos ônibus até o avião, passamos pelo tapete vermelho enxarcado de chuva, embarcamos, sentei na saída de emergência. Oloco meo, já estava ficando esquisito isso. "Putz, eu só pego saída de emergência!", disse para a moça que estava do meu lado. Ela riu, não não, não vai acontecer nada não. Então tá.

O vôo foi ótimo, nunca tinha voado pela TAM. Nos deram fones de ouvido (e tinham seleções muito muito boas de músicas - estação de oldies, ópera, clássica, rock, jazz e etc), lanchinho quente com queijo puxa-puxa, ofereceram Coca, 3 tipos de cervejas, café em copinho de isopor e simpatia das comissárias. Muito luxo. Nunca mais quero ir pela Gol na vida, haha.

Chegando a Porto Alegre vi, do alto, que parecia muito bonita. Dito e feito: do aeroporto à cidade propriamente dita, tudo lindo. Aliás, foi o aeroporto mais bonito em que já pus meus pezinhos. Babei. Uma pena que não deu pra tirar fotos, eu estava em cima da hora pra ir até a rodoviária.

Pego táxi, converso com o motorista. "(...) cheguei às 10 e pouco no aeroporto e meu vôo só saía às 15!". Baaaaaaaaaaaaah! 10 horas?. Hahaha, me encantei. Pra tudo é "baaah, guria!". Fofo. Até deu pra irrelevar o trânsito totalmente caótico de Poa, nunca vi igual.

Chegando na rodoviária, fiquei surpresa com os pedintes. Eles não esperam que você desça do carro pra te pedirem dinheiro: ficam segurando a maçaneta. Não tem como se esquivar ou dar um jeitinho, você vai topar com o fulano. E pode soar como exclamação de menininha do interior, mas foi assustador. Tanto pela situação das pessoas quanto pelo sentimento de insegurança que tudo isso gera.

Passei bons minutos na fila pra comprar a passagem para Santa Rosa. Quando chegou minha vez, descobri que o ônibus não era dali a 40 minutos como havia pensado, mas dali a 10 minutos. Corri - run, Forrest, run! -, quase entrei no ônibus errado, quase engoli o cigarro de tão rapidamente fumado e sentei na minha poltrona. Não estava na saída de emergência.

Saímos de Porto Alegre. A temperatura estava caindo muito rápido e fiquei feliz por o ônibus ter calefação. Senti sono, muito sono. Liguei o mp3. The Cardigans tocando.

Quando estava naquele dorme-não-dorme, no meio da Don't Blame Your Daughter (pra ouvir -> ), o ônibus freou bruscamente. Três freadas, chacoalhão, sensação de rodar sobre uma superfície macia. Parou.

Arranquei os fones de ouvido, abri a cortina e olhei pela janela. Bem ao meu lado estava um Palio branco todo amassado na parte traseira, os faróis ainda acesos. "Bateu", disse pro moço que estava ao meu lado. "A motorista está em choque, nem se mexe".

Fui a última do ônibus a descer pra ver de perto o que havia acontecido: tentava mandar uma mensagem pelo celular avisando aos meus pais o que havia acontecido. Tentei, tentei e tentei, até perceber que estava sem créditos. Ah, que maravilha.

porto alegre - santa rosaFui ver de perto. Duas crianças também estavam no carro, uma delas ficou meio presa nas ferragens. A outra, dos seus 11 anos, falava com a mãe pelo celular numa calma invejável. Cacos de vidro voaram por uns 50 metros. A ambulância demorou a chegar, não era suficiente para levar todos (ninguém do ônibus se machucou).

Mas ainda não tinha entendido como aconteceu tudo. Perguntei: a mulher do Palio forçou pra entrar em um trevo, o ônibus não conseguiu parar, e BAM! Ficamos mais de 1 hora naquele frio absurdo, esperando o outro ônibus chegar e preocupados com os ocupantes do carro. Paradoxalmente, a cena tinha sua beleza. Noite estrelada e de lua cheia, dezenas de luzes piscantes e pessoas com as mais diferentes expressões. Cena de filme.

O outro ônibus chegou, não tão bom quanto o anterior. Não conseguia mais dormir, é claro. Então resolvi olhar a paisagem. A noite estava realmente linda, e pra inspirar havia esta música do repeat: Zero 7 – In the Waiting Line. Encostei o braço no parapeito, a mão na cabeça e o nariz na janela. E passei horas e horas olhando os vales, abismos, casinhas isoladas e postes ao longe, todos iluminados por uma luz azulada e melancólica.


3 de junho
Cheguei às 2:20 da manhã em Santa Rosa, somente um pouco depois do previsto. Achei o hotel e antes de entrar fiz um mini-pedido aos céus para que não houvesse nenhum atendente com cara de bosta e que minha reserva estivesse em ordem. Desejo atendido.

hotel em santa rosaSubi até o espaçoso quarto 202, com duas camas de solteiro, carpete manchado, televisão sem controle que pegava 2,5 canais, torneiras enferrujadas e sacada. Maravilha. De verdade. Me senti confortável e aconchegada. Fumei um cigarro e dormi na cama com colchão de molas.

Acordei às 10:30, tomei banho, saí pra almoçar. Fui até um restaurante na sobreloja do supermercado onde fiz compras, tudo muito gostoso e em conta. santa rosaMe impressionei com a cidade, também era exatamente o oposto do que imaginava. Era linda, linda. E estava totalmente deserta (era domingo). Vento muito gelado, voltei para o hotel pra pôr mais um agasalho e saí em seguida pra tirar fotos.

É claro que o meu objetivo principal era ir até a casa da Xuxa. Claro! Só que a tontona aqui esqueceu de levar o mapa, então fiquei zanzando pela cidade. Me encantei.

Na volta para o hotel passei novamente em frente a uma praça enorme, no centro da cidade. Num intervalo de aproximadamente 2 horas brotaram pessoas do nada, santa rosalotaram tudo. Apinhado de crianças correndo pra lá e pra cá, andando de bicicleta, brincando e dando gritinhos comportados ao lado dos adultos sentados sob o sol e tomando chimarrão. Deve ser sentimentalismo barato meu, mas sentei num banquinho e fiquei assistindo a tudo isso achando uma das cenas mais bonitas que já vi. Parecia tudo harmonioso e saudável. Quis morar lá quando ficasse velha. Haha.

Tudo muito lindo, tudo muito bom, mas era hora de ir até a Unijuí. A abertura seria às 19h, precisava me apressar. Comi as coisinhas que comprei no supermercado e fui até o ponto de ônibus. Depois de meia hora de espera, o motorista do único ônibus que passou me disse que não havia mais nenhum que fosse até a universidade (que era totalmente fora da cidade). Ai ai...

Caminhei mais pela cidade e voltei ao hotel me sentindo miserável (domingos têm esse poder sobrenatural de deixarem as pessoas mais frágeis, é incrível). Mesmo assim me esforcei e disse um "boa noite" amarelado à mulher sentada na recepção antes de subir ao meu quarto. Assisti Faustão, me senti solitária pela primeira vez na viagem e dormi.


4 de junho
Acordo cedo e volto para o mesmo ponto de ônibus do dia anterior. A Unijuí era unijuírealmente onde o judas perdeu as botas, ainda bem que não peguei táxi para ir à abertura, teria custado uma fortuna...

A universidade é pequena, só 3 blocos. Minha estupidez geográfica não poderia se apoderar de mim ali, fiquei satisfeita. Peguei meu material e entrei no anfiteatro pintado de rosa-salmão, com uma mesa repleta de chimarrões e mate.

Pra variar, começou com atraso. Pra melhorar, a acústica do anfiteatro era pior que a de um banheiro. Terrível, terrível. Não dava pra entender nada do que as pessoas falavam, tudo ecoava. Suspira, relaxa. Frio, frio, frio, frio, frio. De repente um Oi, dá licença. Eu te unijuíconheço. Você é quem estava no hotel ontem, né?. "Aham, era sim", pensando de onde diabos tinha surgido aquela mulher, até lembrar que foi a quem eu dei boa noite. Então, se você quiser posso te dar carona quando tiver lugar no carro. Cara de " :O " minha. Obrigada, jesus.

Pausa para almoço no restaurante da Unijuí. Terceirizado, todo modernoso, me senti na Malhação. A comida era muito muito boa, por R$4,57 você comia até explodir e com direito a suquinho gostoso. Nham.

À tarde, mini-curso sobre a Agenda 21. Chimarrão pra tudo quanto é lado, o tempo inteiro. Na apresentação, milhares de oooh! quando disse que era do Paraná (acho que era a única de fora do estado em todo o Fórum). No final, convite de um cara da Secretaria do Meio Ambiente de Santa Rosa para que eu participasse da feitura da Agenda 21 da cidade. Me senti importante, haha, mas é claro que foi puro marketing do cara.

unijuíEnrolei, enrolei, enrolei. O mini-curso terminou às 16:40, a próxima palestra seria às 19h. Não aguentei. Jantei, carimbei meu papelzinho de presença e fui até o ponto de ônibus. Quer dizer, eu achava que sabia onde era o ponto de ônibus, já que tinha descido nele naquela mesma manhã. Descobri que não era. Não à noite.

Parei e fingi estar procurando moedinhas (bem, eu estava, mas não precisava procurar naquele momento). Uma moça me perguntou onde pegava ônibus; "boa pergunta, também não sei". Fomos perguntar, ninguém sabia. De repente vimos uma menina subindo no ônibus perto da rodovia, resolvemos imitar. Depois de uma boa espera o ônibus incólume passou por nós, gesticulantes e pulantes. "É, acho que o ponto não é aqui", ri. Olhamos para o lado e o ônibus estava parado no trevo... não hesitamos e saímos correndo em meio aos carros pra pegá-lo.

E aí foi hotel, banho, dormir.


5 de junho
Acordei cedo como sempre, tomei café e comi um bolo excelente de chocolate. Ao sair meio atordoada de sono do hotel, achei ter visto a mulher que me ofereceu carona no dia anterior, mas não parei pra ter certeza. Quando já estava relativamente longe do hotel escutei alguém me chamando: era realmente a mulher da carona. Conversamos um pouco na recepção e saímos: fui até a Unijuí em um Golf com estofamento de couro e na companhia da coordenadora do evento (a tal mulher) e as palestrantes da manhã. Luxo.

Almoço, mais outro mini-curso à tarde. Conheci mais gentes, conversei (oh!) bastante, troquei email com uma moça de Giruá, a Adriana. A coordenadora passou na sala onde estava e me apresentou a todos, passou a mão no meu cabelo, etc, como se eu fosse grande bosta. Haha. Só porque eu era de longe mesmo.

Depois do mini-curso encontrei a menina do ponto de ônibus, Daisy. Combinamos de irmos juntas à casa da Xuxa no dia seguinte. Jantei, carimbei o papelzinho e fui embora mais cedo de novo.

Antes de ir ao hotel passei na rodoviária pra comprar minha passagem. Sabia que havia um ônibus Santa Rosa - Maringá. O que eu não sabia é que era só em dois dias da semana. Fodeu.

Ligo pra minha mãe, peço pra ela checar horários. Nada. Havia um outro ônibus que vinha até Maringá, mas teria que embarcar em outra cidade, blabla, complicação. Aí penso em ir até Porto Alegre e pegar outro ônibus pra Maringá: teria que esperar a manhã inteira na rodoviária, blabla, complicação.

Desesperei. Dormi.


6 de junho
Acordo cedo, etc, e vejo a coordenadora do evento no restaurante do hotel. Quis cumprimentar, mas ela não olhava pra mim. Enrolei no hall. Enrolei e enrolei pra ver se a encontrava e arranjava carona. Quando desisti e saí a encontrei na rua. "Bom dia, professora", + sorrisinho. Hmmm acho que não vai ter lugar pra você no carro. Espera um pouquinho que eu já vou ver. Rápida e direta, fiquei sem graça.

OK, sem vaga no carro, fui de ônibus. Palestrinhas, blabla, até dar a hora do almoço. Encontrei as meninas que conheci e fomos andar pela universidade. Passeamos, lalala, tudo lindo, tudo acabando, quando resolvo ler este cartaz:

unijuí


Q?

Fiquei chocada. Eu me inscrevi pra apresentação de pôster, sim, mas ninguém tinha me confirmado nada: desencanei e achei que não tinha sido selecionada. Até ver isso.

É claro que eu não lembrava de metade do artigo de 10 páginas que eu tinha escrito há 2 meses. É claro que eu não tinha preparado nada. Foi o caos até ir conversar com uma das organizadoras do Fórum. Ela me disse que a falha tinha sido deles, que se quisesse poderia apresentar oralmente, etc. Ha. Pouco depois fui embora com a Daisy (é, essa outra que foi selecionada pro pôster) para a casa da Xuxa. Pena que não deu pra ver a apresentação da Adriana.

pórtico da xuxaSubimos e descemos ladeiras até chegar ao grandioso pórtico (huhu). A casa não era grande coisa, havia algumas roupas que a Xuxa usou, fotos e o bercinho dela. No big deal, mas não poderia deixar de ir (há várias outras fotos no flickr). Merece destaque o seguinte diálogo, entre uma das mulheres que cuida da casa, eu e a menina que estava comigo:

- E aí, vocês são fãs da Xuxa?
- (eu) Eu era quando era criança, né... acho que não teve ninguém da minha geração que não fosse.
- (ela) Gostava quando era criança, mas agora eu acho ela nojenta! Só tô aqui por causa do meu filho! Ele gosta dela porque ela passa os desenhos que ele gosta.

Preciso explicar a cara chocada da mulher? Tadinha. Hahah.

Enfim, fomos embora da casa, nos despedimos, subi e desci ladeiras (e não precisei de mapa! wow!), voltei à rodoviária, comprei passagem até Cascavel pro mesmo dia. Embarquei às 21h e adeus Santa Rosa.

Sentei ao lado de uma mulher simpática, espaçosa e que fedia a churrasco estragado quando se mexia, provavelmente esposa do taxista de Rio Claro. Não aguentava ficar ao lado dela, respirava o mínimo possível, não conseguia dormir, ai-socorro. Quando finalmente vagaram dois assentos, pulei na hora para eles. Mas... eles não reclinavam. Não dormi a noite inteira. Que legal. De manhãzinha, já em Cascavel, peguei outro ônibus para Maringá.

Depois de parar em todas as cidades, vilarejos, povoados, postes e fazendas entre Santa Rosa e Maringá, cheguei (não muito) sã e salva em casa às 14h do dia 7. E acabou a história.



 
Joyde G. M.
12/08/1984
Bióloga


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