sexta-feira, 31 de agosto de 2007
o ateneu - pt. 1
Acredito que a profissão de biólogo seja uma das mais estereotipadas que existem (e se não for, não faz a menor diferença). Conheço muita gente que acredita que biólogos são hippies que aplaudem o nascer do sol, usam brincos de pena, fumam maconha 3 vezes por dia e abraçam árvores sempre que podem. Mais ou menos assim:
turma de biologia de 1993
aula de campo (28/09/89)
Antes de entrar na faculdade não fazia a menor idéia de como seriam as pessoas que encontraria lá, e nem me preocupava muito com isso. Mas, mocinha sonhadora que sou, acreditava que tudo seria lindo e livre e ensolarado (mas sem altas temperaturas, por favor).
Logo no primeiro ano percebi que não era bem assim. Todos - eu disse todos - os meus colegas estagiavam em laboratórios. Passavam o dia, incluindo finais de semana, enfurnados em um cubículo que fedia (incrível como a maioria dos laboratórios tem cheiros desagradáveis) lavando vidrarias, alimentando ratos ou contando ovos de peixe. E gostavam. Ou ao menos não reclamavam. Todo o trabalho braçal e tedioso sobrava pra eles. É claro que não esperava que logo de cara fizessem experimentos e analisassem dados, afinal não sabiam de nada... mas enfim. Isso não entrava na minha cabeça.
O tempo passou e comecei a perceber que não eram só os alunos que viviam isolados: os professores eram assim também, e em um grau bem mais elevado. Conheci vários que praticamente não tinham vida fora dos seus laboratórios, era só trabalho, trabalho e trabalho entre quatro paredes. Não conseguia concordar com isso.
Mas veja bem, não estou tentando diminuir a importância das pesquisas de laboratório ou achando que são exagerados demais. O problema é que isso não servia pra mim, jamais seria feliz trabalhando dessa forma. Achava que havia tanta coisa mais interessante acontecendo porta afora dos blocos da UEM...
(continua.)
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